terça-feira, 11 de novembro de 2008

A Dor da Mutação

5 da manhã, o primeiro ônibus passa na rua, solitários, cobrador e motorista conversam sobre futebol sem realmente se importarem sobre o assunto.

5 da manhã, em Guaratuba o cachorro Uly arranha a porta para que Maria abra o portão e o deixe sair e mijar nas plantas que envolvem sua casa.

5 da manhã, Juliano acorda assustado por não entender o sonho que teve e por esquece-lo um milésimo de segundo depois, escuta uma respiração profunda e sorri por ver sua amada dormindo ao seu lado e a protege com um abraço.

5 da manhã, Breno está na Austrália resolvendo os mesmo problemas que resolvia no Brasil, só que agora eles vêm no idioma inglês e acontecem as 3 da tarde de lá.

5 da manhã, todos os pássaros cantam evocando a luz do sol e mais um dia onde poderão se alimentar dos insetos que rondam a casa branca com uma única luz acesa: a sala do computador.

5 da manhã ou meia-noite, não importa, pois as dores são fortes em momentos de transformação para um casal que tenta encontrar a iluminação e uma vida com objetivos cumpridos. Esta fase de transição possui um poder de incutir ansiedade no mais livre dos seres, dúvidas, falta de dinheiro, falta de trabalho, falta de respostas positivas. Tudo conspira para que o espírito se acue no canto e desista, mas nossos personagens brigam contra a ação óbvia da desistência e enfrentam a tempestade de frente, sem nem ao menos enxergar um palmo à sua frente. A força vem da crença de que a revolução interna está se expandindo e que o mundo está se moldando para que seus desejos tornem-se realidade e que o esforço hoje descomunal renda frutos no amanhã, quando o sol nascerá e iluminará os gramados úmidos, formando diversos faixos de luz dispersa que encontram-se em um belo e revigorante arco-íris no meio da estrada tortuosa.

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